Deus entregou os Dez Mandamentos a Moisés em duas Tábuas de pedra, no monte Sinai. A primeira tábua apresenta os primeiros quatro mandamentos, que ensinam o homem a voltar-se para Deus, amá-lo e adorá-lo unicamente e de modo correto. Trata-se da principal tábua, ou da classe de mandamentos mais importantes, pois se referem diretamente a Deus. A segunda tábua de pedra traz seis mandamentos que nos ensinam como devemos viver em relação ao nosso próximo. Especificamente a Segunda tábua nos ensina a respeitar e amar o nosso semelhante como amamos a nós mesmos.

Jesus ensina a importância da observação desses mandamentos para a vida eterna quando ensina a parábola do Bom Samaritano (Lucas 10.25-37) a um doutor da lei: “Mestre, que farei para herdar a vida eterna?” foi a pergunta daquele homem a Cristo. A resposta veio a um chamado à obediência de toda a lei, ou de todos os 10 mandamentos, como uma confirmação de que um homem está seguro. Jesus NÃO ENSINA que a salvação é dada por meio da obediência da lei, o que reduziria a salvação ao mérito humano de realizar boas obras. Antes, ele mostra o que um homem salvo pela graça almeja em seu íntimo: a completa obediência a lei de Deus.

A segunda tábua de pedra, que pode ser resumida em “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Lucas 10.27b), não ensina a salvação pelas obras de amor e caridade ao próximo. Ela apresenta o modelo de vida que um homem que ama e teme a Deus deve viver. Porém, amar ao próximo faz parte do caminho de obediência ao Deus que salva pecadores. Se negligenciarmos as boas obras, o amor, que deve ser demonstrado de várias formas ao nosso semelhante, estamos demonstrando nossa clara desobediência à lei do Senhor e nosso distanciamento dele.

Jesus demonstrou àquele homem que amar a Deus e amar ao próximo são evidências de que alguém está no caminho da salvação. “Mas, quem é o meu próximo?” Jesus responde à pergunta do homem apresentando-lhe a parábola do Bom Samaritano. A parábola não ensina o que devemos fazer para obter a salvação, mas, sim, quem é o nosso próximo. A resposta é: qualquer outro ser humano.

Bem, como já aprendemos que a salvação não se consegue por meio da obediência à lei de Deus, mas pela graça soberana Dele, cabe agora obedecermos a sua santa lei com demonstração de nossa obediência à Ele, com a maior prudência possível, em tudo nos conformando com a lei (moldando nosso ser à lei de Deus). Em relação ao nosso próximo, a segunda tábua, através de suas ordenanças, nos ensina o que temos que fazer.

Quanto ao “amor ao próximo”, lembrem-se: amar não é simplesmente uma declaração verbal, é muito mais que isso. O verdadeiro cumprimento de amar ao próximo move-nos em completo auxílio ao nosso semelhante, e isso vai nos custar mais do que simples declarações. Amar significa repartir bens, doar bens até mesmo aos desconhecidos, até mesmo aos nossos inimigos, como vimos na parábola o Samaritano ajudando um judeu desconhecido (judeus e samaritanos eram inimigos mortais). Amar é ter a atitude de Cristo, que se compadecia ao ver o clamor das pessoas, chegando mesmo a chorar por elas. Amar é dar-se pelo outro. Amar é obedecer a Deus.

Pr. Marcus Paixão

Um Comentário

  1. FRANCISCO GOMES

    Concordo plenamente com o irmão Marcus. O Amor é a força mais poderosa no universo. É poder nas mãos daquele que compreende a Graça de Deus, pois através de sua prática (pois amar é agir em prol de alguém) cumpre-se o mandamento que o Senhor Jesus nos outorgou:

    Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis.(João 13:34)

    E é essa prática amorosa que Jesus – o grande juiz – irá julgar, assentado em trono de glória, no dia que vier com os anjos do seu poder.

    34 Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai. Possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo;
    35 porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me acolhestes;
    36 estava nu, e me vestistes; adoeci, e me visitastes; estava na prisão e fostes ver-me. (Mateus 25)

    Portanto, deixemos para trás os costumes judaicos, as doutrinas de homens gananciosos e os dogmas do cristianismo secular, e olhemos imediatamente para o nosso próximo, que geme de dor ao nosso lado, para que naquele dia não sejamos contados com os ímpios.

    44 Então também estes perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou forasteiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos?
    45 Ao que lhes responderá: Em verdade vos digo que, sempre que o deixaste de fazer a um destes mais pequeninos, deixastes de o fazer a mim.
    46 E irão eles para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna. (Mateus 25)

    Que a Paz do Senhor Jesus esteja contigo e com tua família, amado irmão Marcus Paixão, especialmente neste dia em que completas mais um aniversário!

    Teu cunhado,

    FRANCISCO GOMES.

  2. J R Bonavita

    prezado Pastor
    Li seu texto sobre Thomas Helwys e gostei muito. O livro foi publicado? Se foi, gostaria de saber onde encontra-lo.
    Deus o abençoe.

Deixar mensagem para J R Bonavita Cancelar resposta